segunda-feira, 8 de julho de 2013

Carrapatos: como combater

A infestação por carrapatos no cão, além de provocar um incômodo muito grande ao animal pela coceira que provoca (reação alérgica), pode causar anemia e transmitir doenças como aBabesiose e a Erlichiose. A anemia no cão pode ocorrer nas grandes infestações, uma vez que o carrapato se alimenta do sangue do animal. Mas não é necessária uma grande quantidade de carrapatos para que a Babesiose ou a Anaplasmose sejam transmitidas.
Às vezes, um ou dois carrapatos que estejam carregando formas infectantes dos protozoários causadores dessas enfermidades são o bastante para que o cão contraia uma dessas doenças.
Assim, o controle do carrapato deve ser constante e qualquer sinal de apatia, febre, falta de apetite e mucosas (gengivas ou conjuntiva) pálidas em cães que costumam ter carrapatos, é motivo de uma visita ao veterinário e um exame de sangue, para detecção da Babesia ou da Erlichia. Elas são tratáveis quando diagnosticadas a tempo.
 
Carrapato fêmea no pelo do cão, e fêmea e macho juntos (como normalmente são achados).

 
Carrapato fêmea aderido à pele do cão, e detalhe da fêmea e do macho.
Mas o que fazer para evitar que o cão pegue carrapatos? Infelizmente, não há nenhum esquema de tratamento preventivo. Se o cão frequenta áreas infestadas por carrapatos, ele certamente irá pegá-los. Regiões com vegetação, em sítios ou fazendas, são os lugares mais comuns. Porém, existem muitos casos de pessoas que tem problemas com carrapatos dentro de seus canis ou quintais e até em apartamentos. Às vezes, num passeio a uma praça ou parque, o cão pode se infestar.
Ciclo de vida do carrapato 

As doenças oriundas de carrapatos se difundem muito porque eles se alimentam 3 vezes para completar seu ciclo, podendo picar um animal infectado, transportar o parasita e transmitir a doença para um cão que estava saudável. E,para piorar ainda mais, cada fêmea coloca de 2 a 3 mil ovos a cada vez.

Fêmea realizando a oviposição.


E como combater o carrapato?
Assim como as pulgas, o carrapato não é um problema só do animal, mas sim do ambiente. O carrapato, em todos os seus estágios de vida (desde larva até adulto), é muito resistente. Combater o carrapato é difícil. Você pode eliminá-lo do cão facilmente com banhos carrapaticidas, porém, o inimigo que você não vê, ou seja, os ovos e larvas, estão no ambiente e nele sobrevivem durante meses. Muitos são os casos de proprietários que vivem combatendo o carrapato no cão, mas nunca conseguem exterminá-lo por completo.
Um outro detalhe é que os carrapatos colocam seus ovos na vegetação e também em frestas das paredes e piso. Dessa forma, todos esses lugares têm que ser tratados e não somente os cães. Quem tem na vizinhança terrenos com mato, criação de animais como cavalos e gado, pode sofrer com os carrapatos, pois esses parasitas são capazes de escalar altos muros em busca de alimento. Se isso estiver ocorrendo, é preciso controlar a infestação também na parte externa.
Um combate eficaz ao carrapato inclui:
No animal:
  • Banhos carrapaticidas: quando a infestação é grande, repetir os banhos a cada 15 dias;
  • Animais de pelos longos devem ser tosados no verão, época em que o calor e umidade fazem com que a incidência de carrapatos aumente muito;
  • Produtos carrapaticidas de longa duração, em gotas para aplicação tópica (local) ou spray, podem ser aplicados, mas veja a observação ao final deste artigo.
No ambiente:
  • Uso de carrapaticidas: aplicar nos canis, casinha dos cães, em plantas e canteiros, atentando para frestas nas paredes ou pisos e ralos. O forro da casa não deve ser esquecido. Repetir o tratamento a cada 15 dias;
  • Em canis de alvenaria, o uso da "vassoura de fogo" é muito eficaz. O calor irá destruir todos os estágios do carrapato. Repetir o tratamento a cada 15 dias; uma opção caseira são aparelhos com jato de vapor d'água fervendo;
  • Se possível, fechar todas as frestas existentes nos canis ou paredes dos quintais, assim como no piso;
  • Mude de produto a cada 2 ou 3 aplicações, para que o carrapato não desenvolva resistência e o tratamento passe a ser ineficaz.
Muito importante:
  • Nunca aplique em seu animal inseticidas comuns, produtos que são utilizados na casa contra insetos e baratas;
  • Filhotes, fêmeas gestantes e gatos não devem ser banhados com produtos inseticidas;
  • CONSULTE O VETERINÁRIO antes de usar qualquer produto anti-pulgas;
  • Banhos anti-pulgas devem ser dados com o cuidado (veja observação ao final do artigo);
  • Animais com ferimentos abertos (feridas ou queimaduras) não devem ser tratados com produtos anti-pulgas tópicos (para passar, banhar ou aspergir).
  • Existem carrapaticidas para uso em cães, mas muitas vezes são recomendados produtos de uso em bovinos e cavalos. AS DOSAGENS SÃO DIFERENTES. Consulte o seu veterinário antes de usar esses produtos;
  • Retire os animais do ambiente que irá receber o tratamento contra carrapatos até que o produto usado seque completamente.
O combate ao carrapato deve ser intensivo e durante um longo período de tempo. Nos meses mais quentes, a infestação pode voltar e os cuidados devem ser redobrados. Nas áreas em que há carrapatos em qualquer época do ano, o tratamento deve ser constante.
Afinal, é possível prevenir a infestação por carrapatos?
Sim, e a vantagem é que o tratamento a longo prazo para carrapatos é o mesmo usado para pulgas. Os banhos e as medidas preventivas ambientais são os mesmos.

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